Tuesday, May 27, 2008

Taking Off The Shirt

And finally that was it: like the Russian man who won the Eurovision Song Contest 2008, the Weatherpixie for Firenze took his shirt off: it is 34 C degrees now in Firenze.

Friday, May 23, 2008

A Dupla Confusão da Direita Liberal em Portugal

A grande confusão e maior delírio da direita liberal em Portugal é achar que uma ideologia extremamente minoritária vai conseguir uma qualquer forma de representação institucional não através da criação de um partido próprio mas através de um de dois partidos existentes que ou não são de direita ou não são liberais: o PSD e o CDS-PP.

Este delírio vem desde que o dirliberalismo começou nos tempos recentes a germinar graças sobretudo aos blogs e há liberdade que eles trouxeram: poder escrever de direita, à direita e pela direita em Portugal.

Recentemente, o duplo delírio tornou-se mais notório devido a duas coisas: eleições no PSD e aniversário da morte de Francisco Lucas Pires.

Em relação ao PSD, os dirliberais acreditam que Passos Coelho, um homem apoiado pelas autarquias, poderá transformar o partido mais ao centro de Portugal num partido de direita e, ainda por cima, liberal. Sendo a autarquia em Portugal um dos campeões do despesismo e da irresponsabilidade financeira (que, aliás, é uma irresponsabilidade garantida pela lei), a autarquia é também um dos maiores inimigos naturais do liberalismo.

Em relação ao CDS-PP, os dirliberais acreditam que esse partido pode transformar-se num partido dirliberal só por causa de ter tido há mais de vinte anos atrás e por um perído de três anos um presidente dirliberal, Francisco Lucas Pires. A total falta de liberalismo que se seguiu, que tem continuado e que tem sido imagem de marca deste partido não perturba a crença dos dirliberais no potencial liberal do CDS-PP...

Nem o suposto candidato liberal à presidência do PSD conseguirá (ou sequer tentará ou estará interessado) em transformar radicalmente o PSD, partido de centro, partido pesado para um Estado pesado, num partido liberal; nem o aniversário da morte de Franscisco Lucas Pires muda alguma coisa em relação à natureza do CDS-PP dos últimos vinte anos.


As razões pelas quais PSD e CDS-PP nunca se transformarão em partidos liberais deviam ser evidentes, sobretudo em relação ao PSD.

A doutrina do PSD em relação às funções do Estado nunca foi diferente da dos partidos de esquerda, como o PS. Nesse sentido, é perfeitamente aceitável classificar o PSD como partido de esquerda. Aquilo que os líderes do PSD e a candidata Manuela Ferreira Leite pretendem (mas foram sistematicamente falhos em realizar) é executar essas funções de uma maneira economicamente mais eficiente (isto é, com menores desperdícios) de forma a que o Estado seja menos pesado para as mesmas funções. E nenhuma dessas mesmas funções é posta em causa.

Os liberais, por sua vez, não pretendem simplesmente a diminuição do peso do Estado. Aliás, essa diminuição nem sequer é vista como um fim em si mesma. O que os liberais pretendem é uma circunscrição mais restrita do rol de funções do Estado para que sobre mais liberdade às pessoas, empresas e associações civis. O emagrecer do Estado é uma mera consequência dessa política, que tem como fim não esse próprio emagrecimento mas o aumento da liberdade.

O PSD tem por fim reduzir o peso do Estado porque isso é vantajoso em termos económicos. Não há uma preocupação fundamental em aumentar a liberdade das pessoas. Até porque o PSD não reconhece um antagonismo entre (maior número de) funções do Estado e (maior) liberdade das pessoas. Ora a consideração da existência desse antagonismo é precisamente um dos elementos de base da ideologia dirliberal. Daí que o PSD, essencialmente, não tenha nada a ver com o liberalismo de direita. Nem com direita, nem com liberalismo.


Já o antagonismo entre CDS-PP e liberalismo talvez seja menos notório porque uma grande parte dos dirliberais confunde-se com diferentes conservadorismos. Em Portugal, lendo os blogs de direita, é mais ou menos evidente que a direita-liberal está sempre mesclada de um certo tipo de conservadorismo. Aliás, uma grande parte das vezes, é um certo tipo ou outro de conservadorismo que tem uma partezita de liberalismo e não o contrário.

Sendo o CDS-PP um partido democrata-cristão e conservador, os liberais-conservadores e os conservadores-liberais acreditam que este partido poderá ter alguma coisa a ver com o dirliberalismo.

Simplificando um pouco as coisas, existem dois conservadorismos diferentes, um dos quais pode ligar-se ao liberalismo e o outro não. E é este segundo que está presente no CDS-PP, daí a sua incompatibilidade genética com o dirliberalismo.

Existe um conservadorismo tradicionalista, baseado na ideia de que as instituições melhoram evoluíndo ao longo do tempo. Este conservadorismo acredita que as instituições antigas (tradicionais) se existem nos dias de hoje é porque souberam sobreviver, adaptar-se e melhorar e, portanto, são não apenas boas como melhores do que quaisquer instituições novas e nunca experimentadas. Acontece que a grande parte das instituições tradicionais portuguesas, defendidas por este tipo de conservadores, não tem nada a ver com o liberalismo, muito antes pelo contrário. Desde os monopólios de Estado concedidos no tempo das Descobertas até às posições políticas das igrejas, nada de tradicional em Portugal tem alguma coisa a ver com o liberalismo.

Existe um outro conservadorismo que se baseia não na ideia de que o que está instituído é essecialmente bom mas sim na ideia de que nada nunca nos garante que uma ideia (supostamente) boa em teoria se revelará também boa na prática. É o conservadorismo que respeita a aversão ao risco comum à maioria das pessoas, sobretudo quando o que está em causa tem valor financeiro e/ou tem valor afectivo. É o conservadorismo dos que reconhecem que as mudanças muitas vezes produzem efeitos contrários aos esperados e, quando produzem os efeitos previstos e desejados, produzem normalmente outros efeitos que não foram previstos e são indesejados. É o conservadorismo que se lembra que mesmo que uma mudança só implique efeitos previstos e positivos, o colocar em prática da mudança tem custos para quem a realiza e para quem tem de se adaptar.

A principal diferença entre estes dois conservadorismos é que o primeiro considera a tradição como um valor e, nesse sentido, não pretende mudanças, enquanto que o segundo considera como valor a prudência. Daqui que o primeiro implique um certo imobilismo político, enquanto que o segundo leva simplesmente a uma moderação e prudência na condução da política.

Qual a relação entre estes dois conservadorismos e o liberalismo no caso Português? O conservadorismo tradicionalista português, como já foi dito, defende instituições contrárias ao liberalismo. O conservadorismo prudente, na medida em que reconhece que um Estado pesado influi mais na vida das pessoas, ou seja, leva a um permanente suceder de mudanças, é compatível com o liberalismo.

Agora, qual destes dois conservadorismos está presente no CDS-PP? Claramente, o primeiro. Daí a incompatibilidade desse partido com o dirliberalismo. E, por outro lado, e para além do conservadorismo tradicionalista, o CDS-PP é democrata-cristão. Mas também a democracia-cristã tem pouco a ver com o dirliberalismo.


É por tudo isto que é um absurdo pretender dar uma qualquer institucionalização ao dirliberalismo através de uma suposta transformação de dois partidos que, de liberais, não têm nem genes, nem ideias, nem propostas, nem apoios e, mais importante que tudo, nem pessoas.

É claro que sovietizar com as nossas ideias um partido já existente e com uma implantação tão grande como a do PSD seria muito útil ao dirliberalismo. Só que há uns pequenos problemas... sovietizar partidos, isto é, entrar neles com uma ideologia diferente e mudá-los pelo lado de dentro de forma a instituir uma ideologia diferente tentando ao mesmo tempo beneficiar da institucionalização, dos apoios e dos votos que esse partido gozava com a sua ideologia antiga - não é aceitável à luz do dirliberalismo, pelo simples facto de que é desonesto, ou pelo simples facto de que foi uma estratégia praticada pelos prováveis maiores inimigos de sempre do liberalismo (os comunistas).

O outro problema é que, tendo em conta a natureza do PSD (e do CDS-PP), tal sovietização é impossível. E ninguém está interessado em fazê-la, a começar por Passos Coelhos.


Sendo assim, que estratégia existe para o dirliberalismo em Portugal? A estratégia natural e adequada a um conjunto de ideias, ou melhor, a uma ideologia suficientemente diferente de todas as que já têm representação nos partidos políticos existentes em Portugal: a criação de um partido próprio.

Um novo partido em Portugal, ainda por cima de uma ideologia cultural, social e politicamente minoritária, e ainda mais por cima num país que oscila perpetuamente entre esquerda-marxista e igreja, um tal novo partido não contará à partida com grandes apoios. Um conjunto de blogadores, talvez. Mas os partidos, uma vez criados, constróem-se e crescem. Crescem com esforço e com mérito próprio.

Agora o estranho é que, sendo o mérito individual tão importante no ideário dirliberal, os dirliberais não pareçam acreditar que desse mérito resulte alguma coisa e, aparentemente, fiquem à espera de beneficiar não do mérito próprio mas dos méritos (e deméritos) de um ou outro partido já existente.

Thursday, May 22, 2008

U.S. Presidential Election

As I was casually and sadly looking at this, which is a simple and speedy way to have a good glance over the differences among Hillary, Obama and McCain, I had this totally definitive idea: I would never ever vote for any of these people.

Considering each individual, each personal character, I already know for long how I would never vote for any of them. And a lot of politics is of course about individuals and personal characteristics.

But as I was looking to ideas, positions and proposals, it got as strongly a definitive resolution that I would never vote for any of these sets of ideas either.

Can't vote for the characters, can't vote for the ideas. I would be totally and hopelessly politically isolate in US. Eventhough from an ideological perspective, actually it is there where I could feel politically at home.

Uno, Nessuno e Centomila

"Uno, Nessuno e Centomila" de Luigi Pirandello é um dos meus livros preferidos. É um livro inteligente e divertido. É um livro de génio escrito por um génio. E é dessa sua qualidade que resulta que qualquer pedacinho do livro é cheio de significado e, o mais curioso, de utilidade. Não me agrada nada que a arte seja útil mas há obras que são assim como que úteis para a vida.

Um, ninguém e cem mil ensina-nos que cada cara possui várias caras ou que cada pessoa é muitas pessoas. Quem eu sou para o X não é o mesmo que quem eu sou para o Y. E o X que o X é para mim não é o mesmo que quem o X é para outra pessoa.

E isto não tem nada a ver com as pessoas serem genuínas ou máscaras de si mesmas. Isto tem a ver com as pessoas, na sua absoluta autenticidade, serem de facto diferentes para com diferentes pessoas. E tem também a ver com o outro facto de que mesmo que uma pessoa fosse só ela, una assim seria, ela seria sempre diferente aos diferentes olhos de diferentes pessoas.

Agora, se juntarmos a multiplicidade que cada pessoa é para as várias outras à multiplicidade de uma hipotética mesma que seria vista por diferentes outras e se ainda juntarmos a mais que hipotética multiplicidade das máscaras - e multiplicarmos todas estas gentes que na carne são a mesma - então a ingenuidade de alguém que acredita que cada pessoa é igual com cada outra e que duas outras diferentes consideram igual a mesma e que cada uma a mesma cara sempre tem - essa ingenuidade, sendo autêntica, é absoluta.

Wednesday, May 21, 2008

Darwinismo Musical

Nos anos 80 o baixo tocava-se pelo pescoço.
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Nos anos 90 o baixo tocava-se bem acima da barriga.
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Nos anos 2000 o baixo chegou finalmente às virilhas...
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...e há-de acabar a ser tocado com os pés...
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O Panteão Secreto das Emoções

Existe um panteão secreto das emoções. Nele vão sendo guardadas fotografias, folhas de papel, canções, frases, fotos mentais, mensagens de texto. Também cantores, parágrafos de livros, deixas de filmes. E locais. E cheiros. E pôres-de-sol. Velas meio gastas. Pequenos objectos já sem utilidade. Uma carica de uma garrafa de cerveja. E, é claro, os celestiais sempiternos Kings of Convenience, Coldplay, ...

Saturday, May 10, 2008

Saudades de Portugal

A cliché that says a lot.
PhotobucketEstremoz, Alto Alentejo, Portugal (2007).

It's the Bass! (This Afternoon I Feel Like This (xv))

The main difference between excelent rock groups and average is the bass. The other main difference could be the beginning for some political metaphors but politics is too dirty and too low when compared to music so let's avoid comparisons. That other main difference is that excelent groups are both excelent ensembles and excelent in each individual musician considered separately.

This afternoon I feel like this...

A Música É Como o Vinho

It is. Music is like wine: it becomes better and better with time. So true. And it is only now that I finally see it, and I see it so clearly now, no obstacles in the way. Songs grow with time, they become better and better.

And music is still the same.

Friday, May 09, 2008

Missing Movies

ONE: living in Italy is great. TWO: I don't like moralists that travel abroad just to complain about the country they chose for holidays or place to live, specially when the "problem" they point out is actually very real in their own country of origin.

BUT there is something I immensely miss living in Firenze: CINEMA.

Yes, I know, there are cinemas in Firenze, not that many though. But they don't provide the original sound. The voices are doubled. And if it is not the original sound, then it is not the original movie. It is not the movie you want to see. It is not... cinema.

Yes, that is what we think: if you don't get the original voices and, by the way, there are 2 minutes that got cut because some kind of consumer protection censorship authority cares about protecting you against violence, rapes, swearing and drugs ON THE SCREEN, then it is not cinema.

It is some kind of visual entertainment. It is not cinema.

If you have seen Casablanca without listening to the voice of Humphrey Bogart, then, I am sorry, you have never seen Casablanca. If your Indiana Jones has spoken to you from the screen in French then, very sorry again, you might have seen him, but you haven't known him. If when you met Amélie Poulain she spoke to you in English, then you have met a fake Amélie.


This is specially true in the case of movies where characters and, thus, actors are the most important element. It might be not that relevant that your Arnold Schwarzenegger experience was in Italian. It might even have been beneficial (and comical) that your Rambo or Rocky spoke Spanish.

But consider such a movie where dialogue is everything. Can you imagine American actor/American character Ethan Hawk-Jesse and French actress/French character Julie Delpy-Celine speaking to each other in German in dialogue driven movies Before Sunrise/Before Sunset? In a such movie where deep emotional fast dialogue is everything and the original language (English) is so much adequate? Using an agglutinative long word language?? Only if that was the original language! (But then the dialogue would have been different, adequate to that specific language).


And it is not of course only a matter of final product and entertainment. This matter is clearly extremely important. But there is another matter: the aesthetical one. Acting is one of the artistic elements of a movie, besides writing the story (if there is one), directing, photography, scenario creation and so on. The Polish guy that doubles the voice of Robert de Niro is not the great Robert de Niro. Producers that pay some millions to have de Niro or Al Pacino or Hopkins or... acting in their movies didn't want from them only their faces moving and their bodies going around: they wanted their voices too and, most importantly, they wanted their acting through their voices.

Why pay a movie ticket to get only the face and body movements of Brando, not his voice, not his fully acting work?

Dubbed movies are aesthetically mutilated pieces of art. And there is even the problem of the dubbing voice interfering with the rest. Actors and actresses choose voices, intonations, accents, ways of speaking to that particular movie. And all of this actor's work of character creation is deeply related with all the other components of the movie. Dubbing not only amputates the movie from all of these creative components but introduces a voice that has nothing to do with the other components of the movie.


You only see cinema if it has the original sound and all the original scenes and seconds.

And Odeon, the one cinema in Firenze that shows movies with the original sound, this is, the one cinema in Firenze that really shows real cinema, doesn't have an original sound session at Friday night...

Che pecatto!!!

Saturday, May 03, 2008

How to Cook Love

Love is something really easy to cook. First, you cook for the person you love. Second, you walk shoulder against shoulder, hand-in-hand at the same speed, the same pace, the same heart rhythm with the person you love. Third, you make love to the person you love. And fourth, you give lovely beautiful music to the one you love. The ingredients can be sorted and mixed the way you both like.